Qual é o melhor óleo?

27 de março de 2019




Eis uma grande questão! Para responder esta pergunta fiz algumas pesquisas e compartilharei com vocês.

Os óleos são fontes de gordura. Qual o papel da gordura no nosso organismo?
  • Fonte de energia
  • Produção hormonal
  • Absorção de vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K)
  • Coagulação do sangue
  • Movimento muscular
  • Construção das membranas celulares


A gordura é necessária, mas qual o tipo que devemos consumir? Vamos entender os tipos:

Gordura Saturada

São aquelas que permanecem sólidas em temperatura ambiente. Exemplo: gordura de origem animal, leite, queijo, etc.
Aumentam o colesterol ruim (LDL).

 Gordura Trans

Presente nas carnes assadas, frituras e margarina. Causa inflamações, doenças vasculares e cardíacas.

Gordura Insaturada

Presente nos vegetais, se dividem em poli (reduzem tanto colesterol ruim quanto o bom) e monossaturada (reduzem o colesterol ruim e estimulam o aumento do colesterol bom). Em excesso podem causar doenças coronarianas. Esse é o tipo de gordura que precisamos consumir, é claro com muito equilíbrio.

A Revista Vida e Saúde (Março/2018), trouxe uma reportagem muito interessante sobre o uso de gorduras. O autor do artigo relata que para a Organização Mundial da Saúde, menos de 10 % da ingestão diária de calorias deve vir de gorduras, em torno de 20 gramas (4 colheres de chá). Infelizmente a quantidade de gordura nos alimentos industrializados é muito superior a esse nível.

No livro Saúde Nua e Crua, a doutora Marcia Vidoto é enfática: óleo é óleo. Ou seja, segundo ela não há diferenças entre os óleos vegetais. “Todo óleo vegetal comercializado em garrafas e frascos, é um produto isolado e concentrado que é 100% gordura”.

Então quer dizer que óleo de soja, milho, canola, girassol, coco e azeite de oliva dentre outros, são todos iguais?



Todos são produtos industrializados, fontes de gordura. No processo de extração do óleo dos vegetais, há duas etapas básicas: produção do óleo bruto e a refinação. Alguns produtos, como solventes químicos são utilizados nesses processos, e infelizmente deixam resíduos no produto final. O equilíbrio de proteínas, vitaminas, minerais e fibras é perdido ao se extrair o óleo dos vegetais. Alguns tipos de óleo não passam pelo processo de refinação, e a indústria quer nos fazer acreditar que deveríamos consumir esses óleos para ingerir os fitoquímicos que restaram neles. Pense comigo, não seria melhor adquirir esses fitoquímicos direto da fonte? Para aproveitar os benefícios da gordura presente em determinada semente ou castanha, não seria melhor consumi-la in natura ao invés de consumir um produto industrializado concentrado?

As maiores diferenças entre esses óleos estão primeiramente no preço, no tipo de gordura (poli ou monossaturada). O óleo de soja e de milho, geralmente vem de grãos modificados geneticamente (transgênicos), se você tem motivos para evitar alimentos transgênicos, evite-os, não somente o seu óleo. O azeite de oliva e o dendê não passam pela etapa de refinação, mas ainda assim não possuem nada mais do que gordura, você pode dar uma olhada no azeite que tem em casa e observará na tabela nutricional que o azeite de oliva tem apenas gordura. E o irônico é que se você ler a tabela nutricional do óleo de soja, além de gordura você encontrará vitamina E.



Se você quer aproveitar tudo o que é prometido no óleo de girassol, consuma sementes de girassol. Nas sementes, frutas e castanhas está tudo equilibrado. Chupar cana faz mal? Não. Mas extrair o concentrado de sacarose que ela possui e refinar, é o que torna o açúcar um vilão. O mesmo acontece com os óleos, são produtos concentrados em uma proporção que te fará consumir mais gordura do que você realmente necessita. Para extrair um litro de óleo prensado a frio, são necessários cerca de cinco quilos de cada matéria-prima (sementes, grãos ou castanhas).

 “Nós aconselhamos, e as Diretrizes Dietéticas, também aconselham, óleos de alimentos integrais: nozes, sementes e abacate. Diferentes variedades de desequilíbrio tendem a representar diferentes maneiras de comer mal. O corpo precisa de equilíbrio, e responde bem a ele.” David Katz, médico e fundador do Yale Prevention Research Center (Revista Vida e Saúde)

Interessante é que uma escritora lá do século XIX (Ellen White) já falava sobre o benefício de se consumir a gordura direto do vegetal, como este exemplo que ela dá:

O azeite, comido na oliva, é muito preferível à gordura animal. Atua como laxativo. Seu uso se verificará benéfico aos tuberculosos, sendo também medicinal para o estômago inflamado, irritado.  A Ciência do Bom Viver, pág. 298 (grifo nosso)

As azeitonas podem ser preparadas de modo tal que sejam comidas com bons resultados em cada refeição. O proveito visado com o uso da manteiga pode ser obtido substituindo-a por azeitonas devidamente preparadas. (...) O óleo das azeitonas corrige a constipação, e para os tuberculosos e os que sofrem de inflamação e irritação do estômago, ela é melhor do que qualquer medicamento. Como alimento, é melhor do que qualquer gordura de segunda mão, de origem animal.  Testimonies, vol. 7, pág. 134. (grifo nosso)

De tempos em tempos aparecem alimentos milagrosos (industrializados na maioria das vezes). Acredito que a indústria alimentícia está muito mais preocupada com o lucro do que com a nossa saúde. Ela apresenta mais e mais produtos e sugere que necessitamos de tais produtos, precisamos questionar. Nunca conheci uma pessoa com deficiência de algum nutriente por não consumir determinado tipo de óleo. Mas pessoas com problemas de saúde por excesso de gordura, infelizmente é muito comum.




Por isso, sempre opto pelo alimento mais natural possível. Óleo de coco é caríssimo, mas você não precisa dele. Você precisa comer o coco, que além da gordura vem com fibras e vitaminas na proporção ideal.

 Mas afinal, qual é o melhor óleo? 

Aquele que está nos grãos, sementes e castanhas de forma integral. Você não precisa extrair o óleo, pode consumi-lo através do alimento original. Esta é a opção ideal.

Eu ainda utilizo óleos industrializados, mas opto pelo mínimo possível. Alguns alimentos ficam saborosos refogando os temperos na água, como por exemplo arroz e feijão. Dá para fazer pão batendo sementes de girassol, linhaça ou o próprio coco por exemplo, ao invés de adicionar o óleo. Quando não conseguir substituir, use o mínimo possível.

Quando se trata de saúde o caminho mais simples é o ideal.



Segundo a doutora em nutrição Marcia Vidoto “...toda gordura que seu organismo necessita, já está embutida e em perfeito equilíbrio com outros nutrientes em todos os legumes, verduras, frutas e grãos integrais”.

Recomendo: 








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